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30/05/2011 às 16:39 #216864
Olá.
Tinha esperança de começar este tópico com imagens bestiais de colecta de Nothobranchius. Infelizmente a estação seca já vai adiantada pelo que a minha viagem pela Província de Gaza aos sítios onde estive em 2006 se revelou infrutífera. No entanto uma expedição falhada não deixa de ser uma expedição e é importante documentar as coisas mesmo quando não tenham tido os resultados desejados, até para prevenir que alguém cá venha de propósito nas datas erradas. Por isso:
Data 29-05-2011
Local – Província de Gaza, visita a alguns dos locais da viagem de colecta MZG 06 (MZG 06-1, MZG 06-2, MZG 06-5, MZG 06-6 e MZG 06-8)
Percurso – Maputo – Província de Gaza – Maputo, 700km percorridos.
Resumo – A coisa começou mal, apanhei logo uma multa à saída de Maputo por excesso de velocidade possivelmente pelo único radar móvel disponível em Moçambique e pelo único polícia incorruptível deste notável país. Ganda boi! 1000 Meticais para o galheiro. Todos os locais visitados da anterior expedição estavam secos, o que até era de esperar. Há 5 anos já estavam quase secos no fim de Abril. Fui chafurdar nos poucos locais que ainda tinham água (sem botas de borracha, sou capaz de já ter uma carrada de Bilharzia em cima) mas nenhum tinha Nothobranchius.
Imagens –
Local do MZG 06-1. Podem comparar com Abril de 2006 em http://www.apk.pt/index.php?scat_id=21&tipo=journeys&detail=239 (as imagens estão pequeninas mas dá para ver que ainda havia água)
Outra imagem do local MZG 06-1
Local do MZG 06-2. Comparar com http://www.apk.pt/index.php?scat_id=21&tipo=journeys&detail=240
Outra imagem do local MZG 06-2
Um dos charcos ainda com água mas sem Nothobranchius. Ficava na estrada para Massingir, a poucos quilómetros da localidade MZG 06-8.
E pronto. Lamento não ter nada para vos mandar por enquanto. Pode ser que noutros locais de Moçambique (Beira, Quelimane ou Nacala) ainda existam alguns habitats activos. Vou para Nampula e Nacala amanhã mas dificilmente poderei ver isso porque vou em trabalho. Logo que tenha novidades prometo que vocês serão os primeiros a saber.
Abraços desde Moçambique.
30/05/2011 às 16:53 #227166Olá!
No centro e no sul ainda deve haver água, mais ou menos a 20 de abril de 2003 andei na zona da Beira com água pelo pescoço. Em Quelimane, Nacala, Nampula, Pemba, etc. deve haver água até meio de Junho, provavelmente.
Tiveste mesmo um azar filha da mãe com o Polícia e com o radar.
O solo vermelho que está na estrada foi lá depositado, certo? Consegues saber de que zona veio?
Um abraço e diverte-te!
Filipe Torre30/05/2011 às 17:36 #227167As fotos estão muito bonitas e não percas a esperança que de certeza conseguirás encontrar o que procuras.
Boa sorte!
30/05/2011 às 20:33 #227168Viva Vasco,
Sugestão, envia terra dos locais secos 😀 devem ter ovos….
Lol
Luis
31/05/2011 às 00:19 #227169Luis,
O Vasco já fez isso da última vez que lá esteve. Chegou a nascer um peixe que apelidei de F0,5… ;DVasco, mesmo que não apanhes peixes, essa paisagem regala a vista. Mas vais ver que ainda te safas…
Bom trabalho!
Um abraço
31/05/2011 às 10:33 #227170Vasco,
Como tu muito bem dizes as excelentes imagens servem como documentação. Sabes que tens pela frente a possibilidade de desenvolver um trabalho único. Todos o esperamos.
Em privado, podes-me enviar as outras fotos também muito interessantes?
Um abração,
Luis Oliveira
31/05/2011 às 13:30 #227171Olá Vasco,
A estação seca já vai adiantada pelo que a minha viagem pela Província de Gaza aos sítios onde estive em 2006 se revelou infrutífera.
Essa é uma sensação muito familiar… a de procurar killies em Moçambique, fora de estação.
Lembro-me que na Beira andei por numas 9999 languas, cheias de água e cheias de peixe: ciprinideos, ciclideos, clarias, dipnoicos, anabantideos… mas killies népia.
Poucos meses depois, o Filipe Torre aterrou na Beira e apanhou Rachoviis mesmo diante do meu hotel… ;D
Por outro lado, podes encontrar killies não anuais (afinal que até são os teus preferidos… mas do outro lado de Africa).
Em Moçambique há um conjunto de espécies pouco conhecidas do tipo “lampeyes”. Também não são fáceis de encontrar. Habitam normalmente pequenos cursos de água.
Eu só os descobri graças a uma dica do Boucinha. Na Beira podem ser encontrados nos pequenos ribeiros e languas que cercam o parque “Six Miles”.
Encontrei-os precisamente nestas coordenadas: -19° 44' 48.77″, +34° 53' 7.80″
Nessa altura, tinha ensinado uns quantos habitantes locais a pescar de arrasto com uma rede mosquiteira (não esquecer que a bilharziose é endémica na Beira…) e, entre quilos e quilos de peixaria, vinham alguns lampeyes. Nunca os consegui identicar: são pequenos e com uma risca horizontal preta ao longo de todo o corpo.
Boa viagem para Nampula e vai contando coisas.
Miguel
02/06/2011 às 11:18 #227172Olá
Os Lacustricola a que o Miguel se refere são os Lacustricola katangae, como aliás lhe referi na altura. Na zona existem tambem o L. johnstoni e o L. myaposae. Nada de colorido embora os L. johnstoni possam ter um reflexo azul.
Vasco, as fotos que o Luis te pede que lhe mandes em privado são por acaso de nativas em topless?…Manda-lhe sim as em topless mas de cotas de 50 anos como ele tinha pedido e aqui põe as de 20 anos…Abraço
Paulo José02/06/2011 às 15:38 #227173Os Lacustricola a que o Miguel se refere são os Lacustricola katangae
É possivel – se assim for são razoavelmente bonitos, um Katangae da África Ocidental:
Mas, do que me lembro, os peixes que encontrei eram mais esguios: ou seja, tinham um formato diferente mas talvez o katangae da Africa Oriental seja distinto do katangae do Congo.
Penso que poderei ter uma ou outra foto algures, porém em 2002 as máquinas digitais eram muito menos comuns, lembro-me que as fotos foram tiradas para rolo de slide mas algumas foram mais tarde digitalizadas.
Miguel
02/06/2011 às 19:34 #227174Fantásticas fotos, Vasco!
Já agora penso que ainda ninguém te perguntou e estou de certa forma curioso: qual a tua opinião sobre estes primeiros tempos no país? Saudades à parte, que retrato podes fazer?
O Estado funciona? Infraestruturas, saneamento básico, segurança?
Abraço desde onde o frio aperta…
03/06/2011 às 11:07 #227175Miguel
Isso parece-me ser um Lacustricola pumilus e não um L. katangae. Esta ultima especie existe desde o sul do Congo-Kinshasa até à Africa do Sul, não existem na Africa ocidental. Os L. pumilus existem na Africa oriental.
Abraço
Paulo José03/06/2011 às 15:33 #227176Isso parece-me ser um Lacustricola pumilus e não um L. katangae.
Foi praticamente a unica foto de katangae (ou, pelo que dizes, pseudo katangae) que encontrei na net: no site da AKA.
Miguel
31/10/2011 às 09:48 #227177Olá.
Já chove à séria em Moçambique. Até se ouvem os ovinhos a rebentar, parecem pipocas :D. Agora é dar-lhes um tempinho para crescerem e vamos a eles.
Preciso de trazer uma cultura de vermes de Grindal no fim de Novembro. Alguém tem qualquer coisita que possa dispensar?
Abraços.
31/10/2011 às 10:12 #227178Vasco,
Como de certo que nos vamos encontar, podes ir carregado com culturas várias.
E tens que comprar na cooperativa ovos de artémia. são excelentes.Um abraço,
Luis
31/10/2011 às 15:11 #227179Vais alimentar os killies com grindal?
Vasco, estás em MOÇAMBIQUE.
Alimenta-os com camarão. Um só camarão tigre dá para alimentar os nothos todos que apanhares durante semanas 🙂
O que precisas é de turfa! Muita turfa! Coloca um trio com turfa em cada garrafão de 5 litros, após uma semana espremes e mandas por express mail para Portugal, com a etiqueta “Amostas de solo”. Espera aí que já te envio a minha morada por PM ;D
Os peixes propriamente ditos não são precisos, estarão mortos em poucos meses e só esporadicamente terás oportunidade de os trazer. Nah, o que tu precisas é de 20 garrafões de cinco litros, com turfa no fundo e colocares então toda essa peixaria a desovar… alimentada a camarão!
Em resumo, se eu estivesse no teu lugar, criaria uma linha de MONTAGEM com garrafões e peixinhos, a trabalhar de sol a sol para desovar.
Os garrafões dão jeito porque devem aguentar com um trio adulto e porque é facil mudar a água: basta despejar metade e voltar a encher. Em menos de uma hora mudas 20 garrafões – e se lhes cortares o topo é ainda mais fácil.
Miguel
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